quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A saga para desbloquear o iPhone no Brasil

Por Bruno Sayeg Garattoni
Yahoo! Notícias

Logo que o iPhone foi lançado, em junho, já tinha gente tentando destravá-lo para uso no Brasil. O problema é que o primeiro método de desbloqueio, que a reportagem revelou em julho (tinyurl.com/yusals), não era perfeito - liberava todas as funções exceto a mais importante, ou seja, fazer e receber chamadas. Agora, isso acabou. Já dá para usar o iPhone em qualquer rede GSM, como as nacionais TIM, Claro e Vivo. Mas como o desbloqueio funciona? Você mesmo pode fazer? Dá para comprar um iPhone já liberado para uso no Brasil? Onde?

O desbloqueio não é um processo trivial. Requer cinco softwares especiais, um adaptador de plástico e envolve mais de 20 etapas (veja em tinyurl.com/yvn4de). Então, leigos dificilmente conseguirão fazê-lo. Para uma pessoa com certo conhecimento de informática - ou um técnico especializado em celulares -, não é tão difícil assim. Por isso, num futuro próximo você provavelmente verá, anunciado em jornais e na internet, o serviço de "destravamento de iPhone" - mais ou menos como existe, hoje, o destravamento do videogame PlayStation 2. "É provável que isso aconteça. A grande dificuldade é conseguir o Turbo SIM, que está em falta", disse à reportagem o hacker responsável pelo primeiro iPhone desbloqueado no País.

E a grande "mágica" está, justamente, nesse tal de Turbo SIM - é um adaptador de plástico, fabricado por uma empresinha européia chamada Bladox. Ele custa 60 euros (cerca de R$ 160) e pode ser comprado pela internet (www.bladox.com). Ou melhor, podia: devido à grande procura (por que será?), está temporariamente em falta.O Turbo SIM é uma invenção genial, mas seu funcionamento básico é simples.

Primeiro, você encaixa nele o chip da operadora americana AT&T, que é fornecido junto com o iPhone.Aí, o Turbo SIM copia o conteúdo desse chip. Agora, pode tirar e guardar o chip da AT&T. É a hora de encaixar no adaptador o seu chip - pode ser da TIM, da Claro, ou de outra operadora qualquer.

Essa combinação "frankenstein" fica com o mesmo tamanho de um chip comum, ou seja, cabe perfeitamente na entrada para chip (SIM) do iPhone. Quando você liga o iPhone, o Turbo SIM entra em ação: ele diz ao telefone que o chip instalado é, sim, da operadora AT&T. Mentirinha! Na verdade, o Turbo SIM usa as informações que copiou do chip original para enganar o iPhone. Dá certo, e o celular é desbloqueado. Aí, o Turbo SIM passa o controle para o outro chip, o da sua operadora. Pronto: você pode usar o iPhone à vontade. Está destravado - para sempre.


É LEGAL?

O desbloqueio do iPhone não é ilegal. Isso porque, ao contrário do que acontece com os celulares no Brasil, ele é vendido nos EUA sem que o comprador se comprometa, na hora da compra, a utilizar os serviços da operadora (a AT&T) por um determinado tempo e de acordo com determinado plano. Nem mesmo um documento é solicitado.

O contrato entre o dono do iPhone e a AT&T só é assinado quando o aparelho é conectado ao site da operadora e "ativado". Só que o método dos hackers pula essa etapa, ou seja, você não assume nenhum compromisso com a AT&T. O aparelho funciona perfeitamente no Brasil. A exceção é o recurso "visual voicemail", que permite navegar visualmente pelos seus recados de voz e clicar direto naquele que você deseja ouvir. É que esse recurso exige que a operadora rode um software especial da Apple. Ou seja: aí não há desbloqueio que dê jeito. Será preciso esperar o lançamento oficial no Brasil.

O desbloqueio tem seus poréns. Os softwares necessários (cinco) são meio difíceis de usar e o próprio Turbo SIM é delicado - para encaixar os chips nele, é necessário antes cortá-los com um estilete. Mas esses entraves podem cair. Está prometido, para os próximos dias, um software que faria tudo 100% sozinho. É esperar para ver.


LANÇAMENTO OFICIAL NO PAÍS AINDA ESTÁ DISTANTE

Depois do lançamento nos Estados Unidos, o iPhone está prestes a chegar à Europa - e, na Ásia, está confirmado para 2008. Já no Brasil, a coisa é bem diferente: a Apple simplesmente não se manifestou sobre quando, e se, o iPhone chegará ao País. As operadoras brasileiras já estão fazendo pressão para conseguir o aparelho, mas até agora não deu muito certo - como uma delas revelou `a reportagem, elas têm sido sumariamente ignoradas pela Apple.

Para tentar driblar essa indiferença, as empresas estariam arquitetando um truque: segundo notícia publicada na Folha de S. Paulo, as operadoras vão tentar desviar aparelhos destinados ao mercado europeu e trazê-los para o Brasil. Parece absurdo, mas pode dar certo - afinal, a matriz da TIM fica na Itália e a Vivo pertence a duas empresas européias (Telefônica e Portugal Telecom).

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